sexta-feira, 17 de novembro de 2017

1 samuel 4 8 A arca é capturada pelos filisteus

A arca é capturada pelos filisteus

1/2 Nesse tempo Israel estava em guerra contra os filisteus. O exército israelita estava acampado perto de Ebenézer, e os filisteus junto de Afeque. Estes derrotaram Israel, matando quatro milhares dos seus soldados. Depois do combate, o exército de Israel regressou ao acampamento e os seus líderes interrogavam-se por que razão o Senhor os tinha conduzido àquela derrota: “Vamos trazer para aqui a arca, desde Silo. Se a trouxermos connosco, o Senhor estará no nosso meio e nos salvará seguramente dos nossos inimigos.”
4/5 Então mandaram vir a arca da aliança do Senhor dos exércitos celestiais, que habita entronizado acima dos querubins. Háfnio e Finéias, os filhos de Eli, vieram com ela até ao campo da batalha. Quando os israelitas viram chegar a arca, deram um brado de alegria tão forte que até a terra tremeu!
6/9 “O que é que se passa?”, perguntaram-se os filisteus. “Para que foi aquele grito no campo dos hebreus?” Quando souberam que era a arca do Senhor que tinha chegado ali, entraram em pânico. “Deus veio para o campo deles!”, gritavam. “Ai de nós, que nunca enfrentámos uma situação destas antes! Quem é que nos vai salvar destes poderosos deuses de Israel? É que são os mesmos que destruíram o Egipto com pragas, quando Israel lá morava. Então, lutem agora, ó filisteus, como nunca o fizeram antes, pois doutra forma tornar-se-ão seus escravos, tal como eles já foram nossos escravos.”
10 Dessa forma os filisteus lutaram desesperadamente, e Israel foi novamente derrotado. Trinta mil homens de Israel morreram nesse dia, e o restante fugiu para as tendas. 11 A arca de Deus foi capturada e Hofni mais Finéias foram mortos.

A morte de Eli

12/13 Um homem da tribo de Benjamim veio a correr da batalha e chegou no mesmo dia a Silo, com a roupa rasgada e a cabeça coberta de terra. Eli estava sentado à beira do caminho à espera de notícias da batalha, porque o seu coração tremia de cuidados pela segurança da arca de Deus. Quando o mensageiro chegou da frente de combate e relatou o que acontecera, levantou-se um grande clamor em toda a cidade. 14/15 “O que é este barulho todo?”, perguntou Eli.
O mensageiro apressou-se a vir ter com Eli, dando-lhe a conhecer o que sucedera. (Eli era um ancião já de noventa e oito anos, e perdera totalmente a vista.) 16/17 “Acabei agora de chegar da batalha; hoje ainda eu lá estava”, disse a Eli. “Israel foi derrotado e milhares dos das tropas israelitas morreram no campo de batalha. Hofni e Finéias também foram mortos, e a arca capturada.”
18 Quando o mensageiro mencionou o que acontecera à arca, Eli caiu para trás no seu assento ao lado do portão de entrada, partiu o pescoço e faleceu (porque era já muito velho e pesado). Eli julgou Israel durante quarenta anos.
19/22 Quando a nora de Eli, a mulher de Finéias, que estava grávida, ouviu dizer que a arca fora tomada, que o marido tinha sido morto e o sogro falecera, o processo de gravidez precipitou-se e começou a sentir as dores de parto, ao mesmo tempo que se lhe ia apagando a vida. Antes de morrer, as mulheres que a assistiam disseram-lhe que tudo estava a correr bem e que tinha tido um rapaz. Mas ela nada respondeu nem vibrou com a notícia. Apenas murmurou: “Chamem ao menino Icabode — porque foi-se a glória de Israel”. Ela deu esse nome ao bebé porque a arca de Deus tinha sido capturada e porque o marido e o sogro tinham morrido.

A arca em Asdode e em Ecrom

1/2 Os filisteus levaram pois a arca de Deus do campo de batalha em Ebenezer para o templo do seu ídolo Dagom, na cidade de Asdode. 3/5 Mas no dia seguinte, quando os cidadãos daquela localidade vieram vê-la logo pela manhã, verificaram que Dagom tinha caído com o rosto para o chão perante a arca de Jeová! Levantaram-no, mas na manhã seguinte aconteceu a mesma coisa — o ídolo tinha caído sobre o seu rosto perante a arca do Senhor novamente. Só que desta vez tinha a cabeça e as mãos separadas do resto do corpo, caídas sobre o limiar da porta da entrada; unicamente o tronco tinha ficado intacto. (É por isso que até ao dia de hoje nem os sacerdotes nem os adoradores de Dagom quando entram no seu templo pisam o limiar da entrada.)
6/7 Então o Senhor começou a destruir o povo de Asdode e das localidades circunvizinhas, por meio de uma praga de tumores. Quando o povo se deu conta do que estava a acontecer exclamaram todos: “Não podemos conservar aqui mais tempo a arca do Deus de Israel, porque a mão de Deus está a pesar duramente sobre todos nós assim como sobre o nosso deus Dagom.”
8/10 E foram convocados os governadores das cinco cidades dos filisteus para uma conferência em que decidissem o que fazer da arca. Resolveram então levá-la para Gate. Mas quando a arca lá chegou, o Senhor começou a destruir a gente dali, tanto novos como velhos, com a mesma praga, gerando-se um pânico colectivo enorme. Enviaram pois a arca a Ecrom. Mas também a gente dali quando a viu chegar clamou: “Estão a trazer a arca do Deus de Israel para aqui para nos matarem também!” 11/12 Por isso convocaram novamente os governadores e foi-lhes pedido que mandassem a arca de volta para o seu país, se não toda a povoação acabava por morrer. Porque já a praga tinha começado e se espalhava um grande terror por toda a cidade. Os que não tinham morrido estavam às portas da morte, gravemente doentes; havia choro por toda a parte.

A arca é devolvida a Israel

1/2 A arca ainda ficou na Filisteia uns sete meses ao todo. Os filisteus por fim chamaram os seus sacerdotes e adivinhos, perguntando-lhes: “Que vamos nós fazer com a arca de Deus? Que espécie de ofertas havemos de mandar a acompanhá-la, quando a enviarmos de volta para a sua terra?”
“Sim, em todo o caso devem devolvê-la com uma oferta a acompanhar”, disseram. “Enviem uma oferta de culpa, para que a praga seja suspensa. Se isto não acontecer, saberão que afinal não foi Deus quem mandou a praga.”
4/5 “Mas que oferta de culpa vamos nós mandar?”
“Mandem cinco modelos, em ouro, do tumor causado pela praga e cinco outros modelos, em ouro, dos ratos que devastaram a terra toda — as cidades principais e as outras povoações. Se assim fizerem e depois derem louvores ao Deus de Israel, é possível que ele faça parar de vos perseguir, a vocês e aos vossos deuses. Mas não sejam teimosos e rebeldes, como o foram o Faraó e os egípcios, que não deixaram partir Israel sem que Deus os tivesse destruído com pragas tremendas. 7/9 Façam então um carro novo, atrelem-lhe duas vacas que tenham tido crias há pouco tempo e que nunca tenham levado um jugo; separem as crias delas, mantendo-as no estábulo. Ponham a arca de Deus no carro, e ao lado um cofre com os modelos, em ouro, dos ratos e dos tumores, e deixem as vacas partir na direcção que quiserem. Se atravessarem o limite da nossa terra em Bete-Semes, então ficarão a saber que foi Deus quem trouxe este grande mal sobre nós; se não, é porque se tratou simplesmente de um acaso, não foi nada enviado por Deus.”
10/13 Deram pois execução a estas indicações. Duas vacas, que ainda amamentavam as crias, foram atreladas a um carro e os bezerros encerrados no estábulo. Puseram depois a arca, mais o cofre contendo os ratos e os tumores de ouro, em cima do carro. E logo as vacas se encaminharam directamente em direcção a Bete-Semes, berrando à medida que iam andando; os governadores filisteus seguiram o carro até lá, até à fronteira. O povo daquela localidade israelita estava a ceifar o trigo no vale; e ao verem chegar a arca exultaram de alegria!
14/15 O carro veio até ao campo de um homem chamado Josué e parou ao pé duma grande rocha. A gente dali fez uma grande fogueira com a própria madeira do carro, matou as vacas e ofereceram-nas em sacrifício ao Senhor, como holocausto. Vários homens da tribo de Levi desceram previamente do carro a arca mais o cofre com os ratos e os tumores de ouro, e colocaram-nos sobre aquela grande pedra. Muitos outros holocaustos e sacrifícios foram oferecidos ao Senhor naquele dia pela povoação de Bete-Semes.
16 Os cinco governadores filisteus, depois de terem ficado a ver aquilo durante um certo tempo, retiraram-se, regressando a Ecrom no mesmo dia. 17 Os cinco modelos de tumores que tinham sido enviados pelos filisteus como oferta de expiação de culpa ao Senhor representavam ofertas por cada uma das cinco cidades dos filisteus: Asdode, Gaza, Aquelom, Gate e Ecrom. 18 Os ratos de ouro eram para aplacar a ira de Deus, em representação das outras cidades filistéias, tanto as que tinham muralhas como as povoações do campo, e que eram controladas pelos cinco governadores principais. (Note-se até que aquela grande rocha em Bete-Semes, que foi testemunha destes acontecimentos, pode ainda ser vista hoje, no campo de Josué.)
19 Aconteceu no entanto que o Senhor teve de matar setenta homens de Bete-Semes, porque se atreveram a olhar, por curiosidade, para dentro da arca. O povo entristeceu-se por causa daquele grande destroço feito entre a população. 20 “Mas quem é que pode manter-se perante Jeová, este Deus santo?”, gritavam. “Para onde havemos nós de mandar daqui a arca?” 21 E resolveram enviar mensageiros a Quiriate-Jearim dizendo-lhes que os filisteus tinham enviado a arca do Senhor. “Venham buscá-la”, pediram-lhes.
Então o povo de Quiriate-Jearim veio buscar a arca; e levaram-na para o outeiro onde estava a casa de Abinadabe. Depois consagraram Eleazar, o filho dele, como guarda responsável pela arca. Esta ficou ali durante vinte anos, e todo esse tempo Israel se lamentava porque o Senhor parecia que os tinha abandonado.
Por fim Samuel dirigiu-se a eles todos dizendo: “Se realmente estão desejosos de se voltarem e converterem ao Senhor, então abandonem os vossos deuses estranhos e os ídolos astarotes. Decidam-se a obedecer unicamente ao Senhor e ele vos livrará dos filisteus.” Foi o que fizeram: destruíram enfim os ídolos de Baal e Astarote e adoraram apenas o Senhor.
Depois, Samuel disse-lhes: “Venham todos até Mizpá e eu orarei ao Senhor por vocês.” Juntaram-se em Mizpá e numa grande cerimónia solene tiraram água do poço e derramaram-na perante o Senhor. Jejuaram também todo aquele dia em sinal de tristeza pelos seus pecados. Foi assim em Mizpá que Samuel se tornou juiz de Israel.

A derrota dos filisteus em Mizpá

Quando os líderes dos filisteus ouviram acerca da grande multidão que se concentrava em Mizpá, mobilizaram o seu exército e avançaram sobre Israel. Os israelitas ficaram aterrorizados ao saberem do avanço do inimigo. “Não cesses de clamar ao Senhor por nós para que nos salve e nos livre deles!”, imploraram a Samuel.
9/11 Samuel pegou num cordeirinho de mama e sacrificou-o inteiro em holocausto ao Senhor, a favor de Israel. O Senhor pois respondeu. Na própria altura em que Samuel estava a sacrificar o holocausto, chegaram os filisteus para a batalha; e aconteceu que o Senhor fez trovejar com grande violência sobre os filisteus; estes ficaram de tal modo aterrados que os israelitas puderam derrotá-los, perseguindo-os de Mizpá até Bete-Car, ferindo-os por todo aquele caminho.
12 Samuel pegou então numa pedra e colocou-a entre Mizpá e Sem, dando-lhe o nome de Ebenezer, explicando que: “Até aqui nos ajudou o Senhor!”
13/14 Os filisteus foram enfim subjugados e nunca mais invadiram Israel durante todo o resto da vida de Samuel porque o Senhor foi contra eles. As cidades israelitas entre Ecrom e Gate, que tinham sido conquistadas pelos filisteus, tornaram à posse de Israel, porque o exército israelita pôde resgatá-las das mãos dos seus conquistadores filisteus. Houve enfim paz entre Israel e os amorreus naqueles dias.
15/17 Samuel continuou como juiz de Israel durante todo o resto da sua vida. Visitava as diferentes regiões do território anualmente, estabelecendo a base do seu tribunal primeiro em Betel, depois em Gilgal, e enfim em Mizpá; todos os casos de litígio eram-lhe trazidos, vindos de todo o território, a cada uma das três cidades indicadas. Depois regressava a Ramá, porque era ali que morava e ali também continuava a julgar os conflitos. Também construiu um altar ao Senhor em Ramá.

Os israelitas querem um rei

Sendo já muito idoso, Samuel retirou-se e constituiu os seus filhos como juízes em seu lugar. 2/3 Joel, seu filho mais velho, e Abias estabeleceram os seus postos de juízo em Berseba; porém estes não andavam nos mesmos caminhos do seu pai, antes se deixaram levar pela cobiça, vendiam-se a troco de presentes, pervertendo a administração da justiça.
4/5 Finalmente os chefes de Israel reuniram-se em Ramá para debater o assunto com Samuel. Disseram-lhe então que depois de ele se ter retirado, as coisas já não corriam da mesma maneira, pois que os seus filhos não se conduziam rectamente. “É melhor que nos dês um rei, como acontece com todas as outras nações que também têm um”, pediram.
Este pedido, contudo, pareceu muito mal a Samuel, e foi aconselhar-se com o Senhor, em oração. 7/9 “Faz como eles dizem”, respondeu-lhe o Senhor, “porque é a mim que eles estão a rejeitar, não a ti. O que não querem é que seja mais eu a reinar sobre eles. Já desde o tempo em que os tirei do Egipto que me têm constantemente esquecido e seguido outros deuses. E agora fazem contigo o mesmo. Faz pois como eles dizem, mas avisa-os de como se passarão as coisas quando tiverem um rei!”
10 Então Samuel comunicou ao povo o que o Senhor lhe dissera: 11/18 “Se insistem em ter um rei, saibam que este recrutará os vossos filhos e os porá a correr diante dos seus carros; outros serão tomados para fazerem as guerras, como soldados e oficiais; enquanto outros ainda irão, em serviço obrigatório, trabalhar para os campos; forçá-los-ão a lavrar as terras da coroa e a ir para as ceifas, sem renumeração; terão também de fazer as armas de guerra e os apetrechos dos carros de combate. Levará as vossas filhas, obrigando-as a trabalhar como cozinheiras, pasteleiras e perfumistas na sua corte. Tomará para si as vossas melhores terras, vinhas e olivais, dando-as aos seus amigos. Levará igualmente o dízimo das vossas colheitas e distribuí-las-á aos seus favoritos. Tirar-vos-á também os vossos criados e o melhor da vossa juventude; usará dos vossos animais para seu proveito pessoal. Pedir-vos-á a décima parte dos vossos rebanhos e vocês mesmo deverão ser seus escravos. Haverão de derramar lágrimas amargas por causa desse rei que agora estão a pedir, mas nessa altura o Senhor não vos há-de ajudar.”
19/20 Mas o povo recusou dar seguimento aos avisos de Samuel. “Mesmo assim, sempre queremos um rei”, responderam; “queremos ser iguais às outras nações, à nossa volta. Será ele quem nos há-de governar e conduzir nas batalhas.”
21/22 Então Samuel expôs ao Senhor aquilo que o povo respondera; e o Senhor voltou a replicar: “Faz então como eles pretendem; dá-lhes um rei.” Samuel acabou enfim por ceder àquela proposta e mandou-os regressar aos seus lares

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