10.1 — Essa parte serve como um interlúdio entre os juízos da sexta e da sétima trombetas (Ap 11.15-19), assim como Apocalipse 7 o foi entre o sexto e o sétimo selo. Mais uma vez, existem dois cenários: o livrinho(cap. 10) e as duas testemunhas (Ap 11.1-14), da mesma maneira que existia no primeiro interlúdio (Ap 7.1-8; 7.9-17).
10.1 — Esse anjo forte poderia ser aquele mencionado em Apocalipse 5.2 ou o que tinha grande poder, descrito em Apocalipse 18.1. E improvável que ele seja Miguel, citado pelo nome em outro lugar (Ap 12.7; Dn 12.1), ou Cristo, já que Ele nunca e chamado de anjo no Novo Testamento. Além disso, diferente de Jesus, esse anjo vem a terra antes que o tempo da tribulação termine.
10.2 — O livrinho não e o mesmo de onde foram retirados os selos em Apocalipse 6.1—8.1. E mais provável que seja o livro engolido por Ezequiel (Ez 2.9—3.3), embora esse livro fizesse com que o ventre de João ficasse amargo (Ap 10.9,10), e não apenas o seu espírito (Ez 3.14). O anjo com o seu pé direito sobre o mar e o esquerdo sobre a terra simboliza o controle de Deus sobre os acontecimentos. Um representante majestoso do trono de Deus esta intervindo nos assuntos terrenos.
10.3, 4 — O diabo e seus demônios se apresentam como leões ferozes (1 Pe 5.8; Ap 9.8,17). Mas o vitorioso Leão da tribo de Judá (Ap 5.5) também tem um servo angelical que brama como um leão. Não e possível saber o que os sete trovoes soaram porque uma voz celestial, provavelmente a de Cristo, ordenou que João selasse o que ele tinha ouvido (Dn 12.4,9). Talvez os sete trovoes constituam justiça absoluta sem espaço para a misericórdia ou qualquer outra coisa que Deus não desejava que fosse revelada ao homem.
10.5, 6 — Jurou por aquele que vive para todo o sempre. Apenas por meio da autoridade todo-poderosa do Criador eterno, o anjo forte (v.l) pode fazer a declaração sobre como e quando se cumpriria o mistério divino (v.7). Apos soar a sétima trombeta (Ap 11.15-19),não haverá mais demora no desenrolar dos acontecimentos que levam ao retorno de Cristo (Ap 19.11-21). Tudo acontecera rapidamente. Atraso (gr. chronos, tempo) aqui implica um prolongamento do tempo da obra final de Deus, não um retardo causado pelo Altíssimo, arbitrariamente adiando a estancia final da historia profetizada pelos profetas (v.7).
10.7 — O segredo (gr. misterio) de Deus — a verdade que ainda não foi totalmente revelada (Ef 3.9) — será manifesto e cumprido conforme a sucessão dos acontecimentos da metade para o final de Apocalipse. Os aspectos significativos desse mistério já tem sido revelados por intermédio dos profetas do Antigo e do Novo Testamentos, mas muitos ainda restam, os quais serão compreendidos plenamente apenas quando os eventos ocorrerem.
10.8-11 — Como palavras de juízo, o livro faria amargo o ventre de João, da mesma maneira que o espirito de Ezequiel se tornou amargo (Ez 3.14). Os acontecimentos em Ezequiel 2 e 3 ocorreram antes do juízo de Deus sobre Judá e Jerusalém, e tiveram efeito na comissão do profeta. João pode ter sentido uma comissão parecida aqui para profetizar essa mensagem de juízo para o mundo. A profecia de João para muitos povos, e nações, e línguas, e reis pode referir-se especificamente ao restante do segundo ai (Ap 11.1 -14), já que existe um enfoque nas duas testemunhas. No entanto, o uso de expressões parecidas em Apocalipse 13.7; 14.6 e 17.15 indicam a comissão de João para profetizar a maior parte ou todo o livro de Apocalipse, uma profecia que fala de todos os acontecimentos ligados a segunda vinda de Cristo (Ap 19.11-21).
Nenhum comentário:
Postar um comentário