Apocalipse 13
13.1,2 — A descrição da primeira besta (com sete cabeças, dez chifres e dez diademas) é muito parecida com aquela do grande dragão (que é Satanás) descrito em Apocalipse 12.3. Apesar de os diademas estarem nas cabeças do dragão, eles estão nos chifres da besta de mar. A besta de sete cabeças pode referir-se ao poder do mundo gentílico em relação a Israel, principalmente no fim dos tempos. As cabeças são identificadas tanto como montes como com reis (Ap 17.9,10).
Uma montanha é caracteristicamente um símbolo para um reino (Dn 2.34,35,44,45). As sete cabeças poderiam ser o Egito, a Assíria, a Babilônia, a Grécia, a Pérsia, Roma e uma outra nação que representa o império romano restaurado. Os dez chifres podem tipificar a forma final do poder do mundo gentílico. A besta recebe seu poder do dragão.
O paralelo entre as quatro bestas (principalmente a quarta) em Daniel 7 e a explanação da besta dada em Apocalipse 17.8-11 faz parecer que a besta simboliza tanto um império romano renovado, que exerce uma autoridade universal, como um regente específico, que João chama de anticristo, em 1 João 2.18.
O nome de blasfêmia pode ser a alegação comum dos antigos imperadores romanos de serem divinos ou a blasfêmia contra o nome do verdadeiro Deus (v.5,6), como Daniel profetizou sobre o voluntarioso rei durante o período da tribulação (Dn 11.36).
13.3,4 — Uma de suas cabeças pode retratar um rei específico, porém, é mais provável que represente um império. A terra infiel é seduzida (Ap 12.9) por Satanás para seguir e adorar a besta. Aqueles que adoraram a besta também inconscientemente adoraram o dragão, que deu à besta o seu poder. Qualquer falsa adoração ou idolatria é, no final das contas, demoníaca e satânica (1 Co 10.20-22). A besta é adorada porque o mundo está convencido de que ninguém é semelhante a ela e de que ninguém pode batalhar contra ela de forma sucedida.
13.5-7 — Quarenta e dois meses é a duração da supremacia mundial da besta, de acordo com a profecia em Daniel 7.25. Ela recebeu toda a medida de poder depois de matar as duas testemunhas (Ap 11.7) ao final dos três anos e meio do ministério delas (v.3). Os dois números sucessivos somam sete anos, o período total da tribulação.
13.6,7 — Esse primeiro uso da palavra tabernáculo no Apocalipse (Ap 15.5; 21.3) pode relembrar a época quando o poder e a presença de Deus eram evidentes porque a glória divina era claramente vista no tabernáculo no deserto. Também pode referir-se à época quando o tabernáculo do Senhor estará entre o Seu povo nos novos céus e na nova terra (Ap 21.1,3). Nesse meio tempo, não existe resposta evidente para a blasfêmia da besta. Ela parecerá ser vitoriosa sobre o povo de Deus.
13.8 — O Livro da Vida é o registro daqueles que receberão a vida eterna, em contraste com aqueles destinados ao lago de fogo (Ap 20.12,15). Como era o plano de Deus antes da fundação do mundo que Jesus Cristo, o Cordeiro de Deus, seria morto pelos pecados da humanidade, então os nomes dos crentes foram incluídos no Livro da Vida desde o início (Ap 17.8).
13.9 — A frase se alguém tem ouvidos, ouça parece indicar que tanto a declaração seguinte (v.10) quanto o contexto mais amplo têm significante aplicação atual, e não apenas referência futura. Então, ilusão espiritual e blasfêmia, assim como perseguição e martírio, não deveriam surpreender os crentes em nenhum ponto da história.
13.10 — Mesmo quando os cristãos enfrentam o cativeiro ou são mortos, eles podem ter paciência e/é, sabendo que Deus os vingará (Rm 12.19) no dia da ira e do justo juízo (Rm 2.5).
13.11 — Outra significa outra da mesma espécie, falando da estreita relação entre essa besta da terra e a besta anterior, que emergiu do mar (v. 1), mesmo que a aparência exterior delas seja acentuadamente diferente. Essas ações da besta descritas nos versículos 12-17 certificam, na prática, que ela é o falso profeta mencionado em Apocalipse 16.13; 19.20; 20.10.
As duas bestas podem simbolizar também a união do poder secular e político com a religião durante os últimos dias. Esse é o único lugar no Apocalipse onde o cordeiro não se refere a Cristo. Aqui, o cordeiro com dois chifres é um símbolo da adoração judaica e da autoridade religiosa. Falava como o dragão indica, provavelmente, que a segunda mensagem da besta vem de um dragão (Satanás), assim como a primeira recebeu seu poder e sua autoridade do dragão (Ap 13.2).
13.12-15 — Grandes sinais, como fazer descer fogo do céu e dar espírito e fala à imagem da primeira besta, são convincentes e muito parecidos com aqueles realizados pelas duas testemunhas (Ap 11.5,6). A operação de grandes sinais por meio do poder de Satanás é parte da decepção em massa profetizada por Paulo em 2 Tessalonicenses 2.8,9.
13.16,17 — O sinal é o nome da besta, ou o número do seu nome. Aparentemente, essa marca é algum tipo de prova identificável de propriedade e lealdade aplicada na mão direita ou na testa. Como não há evidência de tal prática na sociedade do primeiro século, essa marca parece ser uma falsificação maligna do selo na fronte dos servos de Deus em Apocalipse 7.3; 14.1.
13.18 — Depois da descrição anterior da tirania da besta, é feito um comentário explicativo destinado a transmitir sabedoria e entendimento ao leitor. O número (o nome no versículo 17) da besta é seiscentos e sessenta e seis, descrito também como o número de homem. A besta é simplesmente um homem, não um deus, como os sinais poderiam sugerir. O número 6, logo abaixo do 7 (o número da perfeição), é intensificado pelo 666 — o número do homem que não é Deus. A identidade desse homem algum dia será conhecida em relação ao número 666. É vital para identificar o anticristo.
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