Apocalipse 18
18.1 — O anjo que João viu tinha grande (divino) poder, não apenas um poder de curto prazo como os dez chifres e a besta (Ap 17.12,13). Vindo da gloriosa moradia de Deus, esse anjo ainda reflete a glória do Senhor sobre a terra (Ap 15.8), talvez como a face de Moisés, que brilhou com a glória de Deus depois de estar na presença dele (2 Co 3.7-11). A continuidade ao pensamento introduzido em Apocalipse 14.8 e 16.19, descrevendo a destruição da cidade. A morada de demônios é o poço do abismo (Ap 9.1,2). Um abrigo é um lugar separado. Assim, a Babilônia, após a sua queda e juízo, irá tornar-se, na prática, um inferno na terra.
18.3 — Esse juízo de Deus, sem paralelo, aconteceu por causa da prostituição espiritual da Babilônia (idolatria e abominações; Ap 17-4) com os reis da terra fazendo com que os mercadores se enriquecessem com a abundância de riquezas.
18.4,5 — Sai dela, povo meu é uma ordem que faz coro com Isaías 52.11 e especialmente com Jeremias 51.45, profecias declaradas em uma época quando o império babilônico estava pronto para o juízo.
18.6-8 — Deus vingará a longa história de iniquidades e obras pecaminosas da Babilônia até as últimas consequências (em dobro; Is 51.19). Em vez de glorificar o Altíssimo, a Babilônia se glorificou (Ap 14.7; Rm 1.21) com um estilo real. Ela prosperou nos prazeres e excessos, mas, agora, o juízo iria deixá-la apenas com tormento e pranto. O clímax do juízo da antiga Babilônia também chegou apenas num dia (uma hora, nos versículos 10,17,19), quando Dario, o medo, invadiu a cidade e matou Belsazar (Dn 5.30,31).
18.9-19 — Essa parte é construída como um antigo lamento e é especialmente parecida em conteúdo com o lamento de Ezequiel por causa da destruição de Tiro (Ez 27).
18.9,10 — Os reis da terra, os parceiros ilícitos da Babilônia, a chorarão e sobre ela prantearão, provavelmente mais por causa de suas próprias perdas também. Eles, no entanto, a chorarão e sobre ela prantearão, estarão de longe (v.15) para escapar de seu tormento.
18.11-13 — As mercadorias incluem púrpura, um corante caro; madeira odorífera, material valioso para a construção de móveis e mirra e incenso, os quais os magos deram como presentes para o menino Jesus (Mt 2.11). Corpos e almas referem-se ao mercado de escravos.
18.14-16 — Vestida e adornada. A descrição da rica Babilônia é quase idêntica àquela da prostituta
em Apocalipse 17.4.
18.17-19 — Aqueles que tiram o seu sustento negociando no mar também lamentam o juízo e o incêndio pelo o qual a Babilônia foi assolada. Eles lançaram pó sobre a cabeça como expressão de grande tristeza, que só foi vista em Ezequiel 27.30, no lamento sobre Tiro.
18.20 — Esse chamado para alegrar-se é uma introdução resumida para o cântico de louvor mais extenso em Apocalipse 19.1-5. O juízo por matar os profetas de Deus é mencionado em Apocalipse 16.6, mas esse é o único lugar no livro, além de Apocalipse 21.14, no qual os apóstolos de Cristo são mencionados.
Se apóstolos específicos estão em mente aqui, a morte de Pedro e de Paulo pelas mãos de Roma provavelmente se encaixa aqui. Se a Babilônia é um símbolo de todos os inimigos de Deus e de Seu povo, e não apenas as manifestações babilônicas e romanas, até mesmo a morte de Tiago em Atos 12.1,2 está sendo vingada aqui.
18.21,22 — O lamento final sobre a queda da grande cidade da Babilônia vem de um anjo poderoso o suficiente para lançar no mar uma grande pedra pesando toneladas, como uma ilustração da rapidez e do ímpeto do juízo da Babilônia.
18.23 — Desse ponto em diante do Apocalipse, a voz de esposo e de esposa é ouvida apenas em consideração às bodas do Cordeiro (Ap 19.7-9) e à Nova Jerusalém, uma esposa ataviada para o seu marido (Ap 21.2). Feitiçarias (literalmente artes mágicas) são usadas em Apocalipse 9.21 para fazer referência aos pecados da humanidade de forma geral. Talvez a influência da Babilônia seja vista como corrompendo todas as nações.
18.24 — O sangue da matança parece referir-se a todos os mártires pela causa de Cristo ao longo da história (Ap 6.10; 17.6). No entanto, pode fazer referência especificamente àqueles que foram mortos durante a tribulação, principalmente durante o reinado da besta (Ap 13.7,15).
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